As primeiras semanas de
pandemia da covid-19 deixam claro, mais do que nunca, a importância do
jornalismo de qualidade para a sociedade. Em tempos de governos não
transparentes, de fake news e pânico, o trabalho jornalístico ajuda a orientar
a sociedade em meio aos acontecimentos, que são inéditos. Mas eu quero escrever
sobre um jornalismo mais específico: o local.
Há imensa oferta de
informação sobre o país e o mundo nos jornais impressos, sites, canais de
televisão e estações de rádio. Porém, para saber de uma situação de uma região
mais específica, sobretudo no interior, é necessário recorrer ao
jornalismo local ou regional. Sabemos, pelo Atlas da Notícia 2019, que 62% dos municípios brasileiros não possuem
cobertura local. O que, por si só, é grave, mas ganha outra dimensão em meio a
uma pandemia. Imaginem as pessoas que moram longe e querem saber da situação na
sua cidade natal? É claro que, ao conversar com as pessoas, é possível ter um
panorama, mas não é o mesmo que o trabalho jornalístico.
O Observatório da
Imprensa é uma iniciativa do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do
Jornalismo e projeto original do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo
(Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É um veículo
jornalístico focado na crítica da mídia, com presença regular na internet desde
abril de 1996
Nascido como site na web,
em maio de 1998 o Observatório da Imprensa ganhou uma versão televisiva,
produzida pela TVE do Rio de Janeiro e TV Cultura de São Paulo, e transmitida
semanalmente pela Rede Pública de Televisão.
Entidade civil, não-governamental, não-corporativa e
não-partidária que pretende acompanhar, junto com outras organizações da
sociedade civil, o desempenho da mídia brasileira.
O Observatório da Imprensa funcionará como um fórum permanente
onde os usuários da mídia – leitores, ouvintes, telespectadores e internautas
–, organizados em associações desvinculadas do estabelecimento jornalístico,
poderão manifestar-se e participar ativamente num processo no qual, até há pouco,
desempenhavam o papel de agentes passivos.
Os meios de comunicação de massa são majoritariamente
produzidos por empresas privadas cujas decisões atendem legitimamente aos
desígnios de seus acionistas ou representantes. Mas o produto jornalístico é,
inquestionavelmente, um serviço público, com garantias e privilégios
específicos previstos em vários artigos da Constituição, o que pressupõe
imperiosas contrapartidas em matéria de deveres e responsabilidades sociais.